terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Cap. Wentworth e o reencontro em Bath - (Reencontros - parte 6)

     Anne Elliot não gostava de Bath (e Jane Austen também não) e estando ali junto à família, mais especificamente com Mr. Elliot (o primo), a irmã Elizabeth e a Sra. Clay (essas duas últimas, companhias agradabilíssimas, que por certo não se importavam a mínima em estar com Anne), a cidade ficava ainda mais "pitoresca" (pra completar todas as ironias da frase). O que poderia ser mais surpreendente do que encontrar o Cap. Wentworth, além de que sob quaisquer circunstâncias, encontrá-lo sempre seria uma surpresa?
     Wentworth foi a Bath para encontrar Anne e tentar de uma vez por todas decidir o romance entre eles, mas ela jamais poderia imaginar que ele estivesse ali e muito menos suspeitava de seus planos para com ela. Esse encontro foi mesmo inesperado, pois Wentworth também não esperava encontrar Anne naquele momento. Quantos desencontros!!! Ou seria: quantos encontros!!!

      Essa cena do "guarda-chuva"...é muuuito linda!


    (...)"Chovia muito pouco, e Anne era sincera ao dizer que preferia ir a pé com o Sr. Elliot. Mas a chuva também era pouca para a Sra. Clay; ela nem a sentiria, e as suas botas eram tão grossas, muito mais grossas que as de Anne - e, em suma, a sua amabilidade tornava-a tão ansiosa por ir a pé com o Sr. Elliot como Anne, e a questão foi discutida entre elas com uma generosidade tão delicada e tão firme que os outros se viram obrigados a decidir por elas.(...) Foi, assim, decidido que a Sra. Clay faria parte do grupo que iria na carruagem; e tinham chegado a este ponto quando Anne, que estava sentada junto da janela, viu, decidida e distintamente, o comandante Wentworth descer a rua.
     O seu sobressalto foi perceptível apenas para si própria; mas sentiu de imediato que era a maior, a mais irresponsável e mais absurda tola do mundo! Durante alguns minutos, não viu nada à sua frente. Estava tudo confuso. Sentia-se perdida;(...)Voltou para trás, porém, no momento seguinte, quando o próprio comandante Wentworth entrou, no meio de um grupo de senhoras e cavalheiros, evidentemente seus conhecidos, a quem ele se devia ter juntado um pouco abaixo da Milsom Street. Ao vê-la, ele ficou mais obviamente enleado e confuso do que ela alguma vez reparara; ficou muito corado. Pela primeira vez desde que se tinham voltado a encontrar, ela sentiu que era ela quem evidenciava menos emoção. Tivera a vantagem de ter tido alguns momentos para se preparar. Todos os poderosos, ofuscantes e desconcertantes efeitos da enorme surpresa já se tinham desvanecido. Mesmo assim, porém, sentiu-se dominada pela emoção! Era um misto de agitação, dor, prazer, algo entre a alegria e a tristeza.
     Ele falou-lhe, depois afastou-se. Os seus modos denotavam embaraço. Ela não podia chamar-lhe frieza ou afeto, nem qualquer outra coisa a não ser embaraço. Depois de um pequeno intervalo, porém, ele dirigiu-se a ela e voltou a falar-lhe. Trocaram perguntas sobre assuntos habituais;(...)Devido ao fato de estarem juntos tantas vezes, eles tinham aprendido a falar um com o outro com indiferença e calma aparentes; mas agora ele não conseguia fazê-lo.(...) mas o comandante Wentworth estava embaraçado, pouco à vontade e incapaz de fingir o contrário.(...)
     A carruagem de Lady Dalrymple, cuja demora impacientava Elizabeth, aproximou-se;(...) Wentworth ficou a observá-las, depois virou-se outra vez para Anne e, pela sua atitude, mais do que por palavras, ofereceu lhe os seus préstimos.
- Muito obrigada - foi a resposta dela -, mas eu não vou com elas. A carruagem não pode levar tanta gente. Vou a pé. Prefiro andar.
- Mas está a chover.
- Oh! Muito pouco. Nada que me incomode. Após uma breve pausa, ele disse: - Embora só tenha chegado ontem, já me equipei devidamente para Bath, como vê - (apontando para um guarda-chuva novo). Gostaria que fizesse uso dele, se está decidida a ir a pé, embora eu pense que seria mais prudente deixar-me arranjar-lhe uma carruagem.
Ela agradeceu-lhe muito, mas recusou tudo, reafirmando a sua convicção de que a chuva passaria dentro em pouco, e acrescentou:
- Só estou à espera do Sr. Elliot. Estou certa de que ele deverá estar a chegar. Mal acabara de
dizer estas palavras quando o Sr. Elliot entrou."(...)
(Jane Austen - “Persuasão” – cap. VII) (http://portugues.Free-eBooks.net )

     É pra ver como são as coisas...agora que Wentworth estava mesmo decidido a ter Anne de volta,  esse reencontro nada promissor não abalou seus propósitos. Nem o primo galã, com todo o interesse por Anne, nem o fato de ela ter dispensado sua ajuda com o guarda-chuva fez com que ele se ofendesse ou desistisse. Acho que não foi só Anne que amadureceu nesses oito anos de espera...

sábado, 30 de novembro de 2013

Willoughby...o reencontro e a decepção - (Reencontros - parte 5)

       
        Sem sombra de dúvida, esse reencontro é um dos mais relevantes das obras de Jane Austen. Imaginar a menina romântica que faz de tudo pra se reencontrar com o rapaz que ama e o que é pior, imagina ser o príncipe encantado, um homem cheio de virtudes, o par perfeito, bem humorado, romântico, conhecedor de poesias e que de repente mostra ter um caráter totalmente avesso e a decepciona grandemente em tão poucos instantes.

  Essa passagem é crucial em "Razão e sensibilidade"! Marianne em um turbilhão de emoções e Elinor tentando fazer a irmã manter o controle, por ela mesma e por tantos que assistiam a cena. Incrível!!!

    Não sei se Jane Austen vivenciou algum tipo de reencontro assim, ou se chegou a saber que alguém tivesse passado por isso, observadora e perspicaz como era, mas o fato é que a descrição das reações de Marianne com o acontecimento são muito precisas para o tipo de personalidade que ela apresenta ter. Ela simplesmente não entende o comportamento de Willoughby, não pode acreditar que ele esteja agindo conscientemente sem que tenha havido algum problema de que ela não tenha tido conhecimento, ou talvez um mal entendido. Quando realmente percebe que ele tem outra companhia, quase perde os sentidos. É uma mistura de desilusão, tristeza, decepção e ainda a conclusão instantânea de que foi enganada em "360 graus". 
     

     (...) Tinham-se acomodado havia não muito tempo quando Elinor viu o sr. Willoughby em pé, a poucos metros delas, em animada conversação com uma jovem muito elegante. Os olhares deles encontraram-se e o cavalheiro cumprimentou-a com um aceno de cabeça, sem fazer nem sequer menção de ir falar com ela ou de se aproximar de Marianne, a quem talvez ainda não tivesse visto. Continuou conversando com a moça e Elinor voltou-se involuntariamente para Marianne, achando quase impossível que ela não visse Willoughby. Exatamente nesse momento Marianne percebeu-o e uma súbita alegria a fez resplandecer; ela teria ido para perto dele no mesmo instante, se a irmã não a segurasse.
- Santo Deus! - exclamou Marianne. - Ele está aqui... está aqui! Oh, por que não olha para mim? Por que não posso ir falar com ele?
- Por favor, peço-lhe, contenha-se! - implorou Elinor. - Não dê a perceber o que você está sentindo, diante de toda essa gente. Talvez ele ainda não a tenha visto.
No entanto, era difícil para Elinor acreditar no que dizia e, naquele momento, manter a compostura não só estava além das forças de Marianne, como também estava além dos desejos dela, que permaneceu sentada a custo; entretanto, a impaciência e agonia que sentia espelhavam-se em seu semblante.
Por fim, Willoughby voltou-se e olhou para as duas; Marianne levantou-se e, pronunciando o nome dele com afeto, estendeu-lhe a mão. O jovem cavalheiro aproximou-se, perguntando pela Sra. Dashwood e desde quando elas se encontravam na capital, dirigindo-se tanto a Elinor quanto a Marianne, como se quisesse evitar os olhos dela e estivesse determinado a não reparar em sua atitude. Elinor perdeu completamente a presença de espírito diante dessa inesperada atitude e viu-se incapaz de pronunciar nem uma palavra sequer. Mas sua irmã expressou tudo que sentia no mesmo momento. Com o rosto corado e a voz repleta de emoção, ela disse:
- Bom Deus! O que significa isto? Não recebeu minhas cartas? Por que não aperta a minha mão? (...)
- Não recebeu meus bilhetes? - perguntou Marianne, presa de grande ansiedade. - Há algum engano, tenho certeza... um terrível engano. O que significa tudo isto? Diga-me, Sr. Willoughby. Pelo amor de Deus, diga-me o que está acontecendo! Ele não respondeu, porém sua expressão modificou-se e novamente espelhou profundo embaraço. Mas como seus olhos encontraram os da jovem com quem estivera conversando, ele obrigou-se a se recuperar, com evidente esforço, e em seguida falou: - Sim, tive o prazer de ser informado de que as senhoritas se encontravam na capital, pelos bilhetes que tão gentilmente me enviou.
Nem mesmo havia terminado de falar, Willoughby fez um rápido cumprimento de cabeça e voltou para junto de sua amiga. Marianne, que se tornara terrivelmente pálida e sentia-se incapaz de continuar em pé, deixou-se cair em sua cadeira.
Elinor, esperando que ela desmaiasse a qualquer momento, procurava escondê-la da vista dos outros e, ao mesmo tempo, tentava reanimá-la com água de lavanda.
- Vá até o Sr. Willoughby, Elinor - pediu Marianne, depois que conseguiu recuperar a voz -, e obrigue-o a vir falar comigo. Diga-lhe que preciso vê-lo... que preciso falar com ele ao menos por um instante... Que não posso ter sossego... que não posso ter paz até que ele explique esse mal-entendido ou seja lá o que for. Por favor, vá agora!
- De que modo eu poderia fazer isso? Não, minha querida Marianne, você precisa esperar. Este não é o lugar adequado para explicações. Espere ao menos até amanhã.
Foi com muita dificuldade que Elinor conseguiu impedir que Marianne fosse falar com ele e tentou persuadi-la a disfarçar a agitação e a esperar, com aparente compostura pelo menos, até que pudesse conversar com o jovem cavalheiro em um ambiente de maior privacidade, o que provavelmente seria de melhor efeito. Era quase impossível consegui-lo, pois Marianne não parava de falar, em voz baixa, de sua infelicidade, de sua tristeza, de sua desgraça.
       Pouco tempo depois, Elinor viu que Willoughby se retirava do salão pela porta que dava para a escadaria.(...) (Jane Austen – “Razão e sensibilidade” – Volume II - cap.VI)


       As versões em vídeo:


    Pra ser realmente bom é claro que o primeiro requisito básico é ser fiel à obra. 
     A versão de "Razão e sensibilidade" de 1971 não me agrada muito. Marianne me parece mais uma garota mimada do que a jovem romântica que Jane Austen nos apresenta no livro. Nessa cena então, nem se fala. Que "barraco"!!! Jamais Marianne teria agido dessa forma há dois séculos atrás! Mesmo imaginando que a surpresa e a desilusão foram grandes naquele momento. Sem contar que a Srta. Grey me lembrou uma das irmãs "Cajazeiras" da antiga novela "O bem amado"; muito "feiozinha" e sem a classe de uma moça da sociedade.

     A versão de 1981 é bem feita, gostei muito dos atores escalados. Marianne se mostra bem surpresa e muito feliz em ver o antigo "namorado", mas não consegue entender a atitude dele. Esse Willoughby loiro é bem convincente também, diferente dos demais. As irmãs Dashwood também são muito bonitas. Gostei da cena.

   
     Na de 1995, Kate Winslet faz uma interpretação excelente para Marianne, mas não gostei muito de Willoughby, ele tem mesmo "cara de falso", não de irresponsável como nos faz compreender o livro; mas contudo, a cena é muito boa.


      Essa versão de 2007 é sem dúvida alguma minha preferida! A cena ao meu ver também é muito boa e bem fiel ao livro. Linda!

     Agora resta imaginar... Não deve ter sido nada fácil, mesmo para uma mulher atual, emancipada, em pleno séc. XXI e há duzentos anos atrás, em uma sociedade onde o casamento era o passaporte para a tranquilidade e felicidade em todos os sentidos? Isso sim é "desilusão amorosa". Ainda fico pensando...Será que Jane Austen passou por isso?

sábado, 23 de novembro de 2013

Mr. Darcy reaparece...o reencontro embaraçoso - (Reencontros parte 4)

     Não dá pra negar que o reencontro que Elizabeth Bennet teve com Mr. Darcy depois de perceber seus sentimentos tão diferentes foi bem embaraçoso. 
   Tudo o que acontecera nas últimas semanas só pode contribuir para que Lizzie admirasse Mr. Darcy ainda mais:

  • Os belos encontros em Pemberley, enquanto esteve viajando com os tios.
  • A descoberta do que Darcy fizera para casar Lydia com Mr. Wickham, livrando a irmã e a família da desonra.
  • O medo de como ele a trataria. Será que os sentimentos de Mr. Darcy para com ela ainda eram os mesmos?

    
     Elizabeth sentia agora o peso do arrependimento. Saber que aquele que agora ela tanto admirava e amava já havia lhe feito uma proposta de casamento e sido rejeitado?! A esperança de que uma segunda proposta fosse feita era remota, mas Lizzie tinha a certeza de que agora, só isso lhe faria realmente feliz!

(...) Mas Elizabeth, para contentar a mãe, foi até a janela, olhou e, vendo que Mr. Darcy vinha em companhia de Bingley, voltou a se sentar ao lado da sua irmã.
— Vem outro cavalheiro com ele, mamãe — disse Kitty. — Quem será?
— Deve ser um conhecido dele, meu bem, mas não sei quem é.
— Ora, parece aquele homem que já esteve aqui com ele uma vez.
Mr..., como é que ele se chama? Aquele homem alto, orgulhoso...
- Mr. Darcy?  E é mesmo... Bem, qualquer amigo de Mr. Bingley será sempre bem recebido. Mas devo confessar que odeio aquele homem.
  Jane olhou para Elizabeth com surpresa e inquietação. Jane pouco sabia a respeito dos encontros que a irmã tivera com Mr. Darcy no Derbyshire. Supunha portanto, que a irmã se sentiria muito embaraçada ao vê-lo depois da carta explicativa que recebera da sua parte. 
     As duas irmãs se sentiam bastante embaraçadas. Cada uma delas sentia pela outra e naturalmente por si própria. Mrs. Bennet continuou a falar sobre a antipatia que tinha por Mr. Darcy. E repetiu que estava disposta a tratá-lo amavelmente apenas porque era um amigo de Mr. Bingley. Mas as suas palavras não foram ouvidas por nenhuma das suas filhas. 
     Elizabeth tinha motivos de inquietação de que a sua irmã não suspeitava, pois nunca tivera a coragem de mostrar a Jane a carta de Mrs. Gardiner nem de lhe revelar a mudança dos seus sentimentos para com MrDarcy. Para Jane ele continuava a ser o homem cujas propostas ela tinha recusado, e cujas qualidades ela subestimara. Mas para Elizabeth, que possuía outras informações, ele era a pessoa a quem toda a família devia o maior dos benefícios, e a quem ela própria votava uma afeição, se não tão terna quanto a que Jane dedicava a Bingley, pelo menos tão razoável e tão justa. 
     A surpresa causada pela vinda dele a Netherfield e a sua visita a Longbourn, onde vinha espontaneamente para vê-la, era quase tão forte quanto a que sentira ao perceber a transformação que se tinha operado nele no Derbyshire.
   As cores que tinham desaparecido do seu rosto tornaram a voltar com maior intensidade e um sorriso de prazer deu maior fulgor ao brilho dos seus olhos, durante alguns minutos; e disse a si mesma que provavelmente os sentimentos de Darcy continuavam inalterados. No entanto não queria se precipitar. "Vamos ver primeiro como ele me trata", disse ela para si mesma. "Antes disso não convém ter esperanças."
     (...) Sem ser descortês, Elizabeth falou o menos possível. E voltou ao seu trabalho com um afinco que poucas vezes lhe dedicava. Ela arriscara apenas um olhar para Darcy. A expressão dele era tão grave como de costume. (...)
    Darcy, depois de perguntar por Mr. e Mrs. Gardiner, pergunta a que Elizabeth não pôde responder sem um certo embaraço, quase mais nada falou. Não estava sentado perto de Elizabeth; talvez fosse este o motivo do seu silêncio. Porém no Derbyshire não procedera daquele modo. Lá, ele tinha palestrado com os amigos de Elizabeth, quando não o podia fazer com ela própria. Agora decorriam vários minutos sem que se ouvisse o som da sua voz. E quando, às vezes, incapaz de resistir a um impulso de curiosidade, Elizabeth levantava os olhos e procurava o seu rosto, via que ele olhava tanto para Jane como para ela própria, e ficou desapontada e depois zangada consigo mesma por ter cedido àquele
sentimento. "Podia eu esperar que fosse de outro modo?", exclamou ela para si própria. "Mas, se é assim, para que então ele veio?"
   Ela não se sentia disposta a conversar com ninguém, a não ser consigo mesma. Faltava-lhe quase completamente a coragem para falar com Mr. Darcy. Perguntou pela irmã dele. Foi o máximo que conseguiu de si mesma.(...) Elizabeth não ousou levantar os olhos. Não sabia portanto, qual a expressão do rosto de Mr. Darcy.
— É uma coisa muito agradável ter uma filha bem casada — continuou Mrs. Bennet —, mas ao mesmo tempo, Mr. Bingley, é muito duro a gente se separar de uma filha. Eles foram para New Castle. (...) Graças a Deus ele tem alguns amigos, embora talvez não tantos quanto mereça. Elizabeth, que sabia que isto era dirigido a MrDarcy, sentiu tal vergonha e confusão que por pouco não se levantou e fugiu. (...)
Em seguida partiram.
     Mrs Bennet estivera fortemente inclinada a convidar os dois para jantar naquele mesmo dia. No entanto, embora tivesse sempre uma mesa muito boa, julgou que um jantar de menos de dois serviços não seria digno de um homem no qual tinha tantas esperanças, nem suficiente para satisfazer o apetite e o orgulho de outro que possuía dez mil libras de renda por ano. (Jane Austen - "Orgulho e Preconceito" cap.LIII)

        E as versões em vídeo?
   A adaptação de 1980, nos mostra uma Elizabeth assustada ao saber que Mr. Darcy estava junto com Bingley na visita. 
    Eram só olhares "com o rabinho dos olhos"! Mas um detalhe é muito bom nessa versão; são as irmãs Bennet juntas torcendo pra sair algum casamento!


   Na versão de 1995 a mesma situação desconfortante quando Lizzie descobre a presença de Mr. Darcy. Acho que há um enfase maior entre a troca de olhares entre os dois pombinhos. Mr. Darcy se mostra um tanto indiferente e deixa Elizabeth confusa...

     A versão de 2005 também é ótima. Lizzie Se mostra tensa, desviando a conversa pra tentar disfarçar a mediocridade da mãe. Apesar de Mr. Darcy se manter em sua postura, a troca de olhares também é um tempero extra nessa cena.

     Lizzie, apesar de ter uma personalidade positiva, continua sem saber se deve ter esperanças ou não. Ela terá que rever mais uma vez seu preconceito em relação a Darcy e esperar que ele passe por cima de seu orgulho (digo aquele orgulho natural de um homem  que já fora rejeitado) e esperar (até mesmo sem esperanças) uma segunda proposta.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Jane Bennet...um reencontro de poucas palavras e nenhuma esperança - (Reencontros parte 3)

     Tadinha... Jane sempre tão doce e submissa... 
     Sem dúvida, Jane era bem racional e tentava estar firme e convicta que Mr. Bingley foi coisa do passado e que não deveria mais ter esperanças com ele, mesmo que a irmã Elizabeth afirmasse o contrário com toda aquela convicção de quem conhecia os sentimentos masculinos e o amor (que só servia pra interpretar a situação dos outros).
    Mas nós sabemos que Jane amava Mr. Bingley e ajuizada como era, procurava controlar suas emoções e dizia que não tinha medo de si própria e sim do que as pessoas falavam,
bem... sabemos que não era bem assim, mas entendemos é claro, Jane com certeza não queria se frustar ainda mais com esperanças infundadas...mas lá no fundo, no fundo, quando soube que Mr. Bingley estava chegando em sua casa, não pode disfarçar os sentimentos, as esperanças e depois... a desesperança em vê-lo partir outra vez assim, trocando com ele poucas palavras e sem saber de suas reais intenções.



    "(...) Apesar do que a irmã lhe tinha declarado, e acreditava que ela tivesse falado sinceramente, Elizabeth percebia facilmente que a perspectiva da chegada de Bingley a tinha afetado profundamente. Jane estava perturbada, agitada como poucas vezes a vira. (...) 
       Poucos dias antes da sua chegada, Jane disse para a irmã: 
— Estou começando a preferir que ele não venha. Não que eu dê 
importância ao fato, sou capaz de vê-lo com perfeita indiferença. Mas não 
suporto ouvir falar constantemente nesse assunto. A intenção da minha mãe 
é boa. Porém ela não sabe,  ninguém sabe quanto sofro com o que dizem. 
Vou dar graças a Deus quando Mr. Bingley for embora de novo. 
(...) Mas Elizabeth, para contentar a mãe, foi até a janela, olhou e, vendo que Mr. Darcy vinha em companhia de Bingley, voltou a se sentar ao lado da sua irmã. 
— Vem outro cavalheiro com ele, mamãe — disse Kitty. — Quem será? 
— Deve ser um conhecido dele, meu bem, mas não sei quem é. 
— Ora, parece aquele homem que já esteve aqui com ele uma vez. 
Mr..., como é que ele se chama? Aquele homem alto, orgulhoso... 
— Quem, Mr. Darcy? E é mesmo... Bem, qualquer amigo de Mr. Bingley será sempre bem recebido. Mas devo confessar que odeio aquele homem. 
Jane olhou para Elizabeth com surpresa e inquietação. (...) As duas irmãs se 
sentiam bastante embaraçadas. Cada uma delas sentia pela outra e 
naturalmente por si própria. (...) Para Jane ele continuava a ser o homem cujas propostas ela tinha recusado, e cujas qualidades ela subestimara. Mas para Elizabeth, que possuía outras informações, ele era a pessoa a quem toda a família devia o maior dos benefícios, e a quem ela própria votava uma afeição, se não tão terna quanto a que Jane dedicava a Bingley, pelo menos tão razoável e tão justa.(...) 
      Jane parecia um pouco mais pálida do que de costume, porém mais calma do que Elizabeth esperava. Quando os cavalheiros entraram, ela enrubesceu ligeiramente. No entanto recebeu-os com tranquilidade e maneiras igualmente livres de qualquer sintoma de ressentimento, como de qualquer desejo exagerado de agradar.(...) 
— Faz muito tempo, Mr. Bingley, que o senhor foi embora — disse Mrs. Bennet. Ele concordou prontamente. 
— Eu tinha medo de que o senhor não viesse mais — continuou ela. 
— Andaram dizendo que tencionava abandonar Netherfield completamente, 
por ocasião da festa de São Miguel. Espero que não seja verdade. Têm 
acontecido muitas coisas aqui nas imediações desde que o senhor partiu. 
Miss Lucas está casada e uma das minhas filhas também. Acho que já deve 
ter ouvido falar nisto. Aliás, o senhor deve ter lido nos jornais. (...) Bingley respondeu que tinha lido e lhe deu os parabéns. 
— É uma coisa muito agradável ter uma filha bem casada — continuou Mrs. Bennet. (...) 
    Se agora surgissem para Jane as mesmas possibilidades que no ano anterior, tudo se precipitaria para a mesma desastrosa confusão. 
Elizabeth observou que a beleza da sua irmã tornava a inflamar rapidamente a admiração do antigo namorado. A princípio ele lhe falara pouco, mas cada 
minuto que passava parecia aumentar a admiração que lhe dedicava. Ele a 
achava tão bela quanto no ano passado, tão simples e natural, embora menos comunicativa. Jane se esforçava por não deixar perceber nenhuma diferença na sua atitude, e estava realmente convencida de que conversava tão animadamente como sempre. Seus pensamentos a absorviam tanto que ela não reparava nos momentos em que ficava calada." (Jane Austen - "Orgulho e Preconceito" - cap. LIII )

    As versões em vídeo são muito boas e todas retratam uma Sra. Bennet muito falante como nos conta o livro, mas dona de quase todos os diálogos. Apenas a parte em que Elizabeth comenta algo é que permanece, mas em nenhuma dessas três versões aparece Jane e Bingley conversando como está no livro. Acredito que conta-se que eles se falaram pouco mas não se diz sobre que assunto, acharam por bem não fazer essa menção, afinal em uma sala pequena com todos ali presentes ficaria algo sem sentido mostrar apenas os dois se falando em um cantinho sem ninguém escutar sobre o que falavam, acho que foi isso e digamos que caiu bem.


     A versão de 1980, não dá muita ênfase a esse encontro como poderia. Jane e Bingley mal se olham e Jane parece bem mais a vontade do que deveria, só me pareceu mesmo é estar feliz com a visita de Bingley. 


     Já a versão de 1995, em minha opinião a melhor, Jane realmente se mostra tensa e apreensiva, apesar de manter sua meiguice;  Mr. Bingley também se mostra um tanto embaraçado achei que foi bem fiel à obra.

     

     A versão de 2005 também é muito boa e chega a ser cômica. Também gostei muito do Mr. Bingley um tanto adolescente e de Jane tentando manter a firmeza em não demostrar seus sentimentos. A cena que focaliza seu rosto mais de perto no final da visita é ótima, mesmo sem falas ela "diz" o quanto ficou desapontada.

     
     Pra gente que sabe que a culpa de a visita não ter sido o que deveria ser foi da tagarelice da Sra. Bennet e que haverá uma segunda chance, ainda vai, mas já pensou a pobrezinha da Jane? Nesse reencontro, as esperanças... se foram  de vez.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Edward Ferrars...o reencontro depois da desilusão - (Reencontros - parte 2)

     Acho que Jane Austen gostava de suspense. Já notei que em várias partes em seus romances, acontecem aqueles pequenos mal entendidos que dão um tempero a mais na trama. Mais ou menos como acontece em "Persuasão", quando Cap. Wentworth vai até Anne Elliot imaginando que ela irá se casar com o primo Mr. Elliot e cria todo aquele suspense. 
    O reencontro deste post também acontece dentro desses padrões. 
  Em "Razão e sensibilidade", um mal entendido, bem interessante, é claro para uma cultura diferente da nossa, onde as esposas são chamadas por Sra. (Mrs.) NOME DO MARIDO. Aqui no Brasil ficaria algo mais difícil, pois somos bem mais descontraídos (ou largados) com essas normas de apresentações, coisa que não sei se é tão bom; respeito, educação, cultura e tradição são coisas que eu preso muito...  é sou meio antiga mesmo, mais vamos ao que interessa nesse reencontro:

Edward Ferrars e Elinor Dashwood -
"Razão e Sensibilidade" - adaptação de 2007
     
        Pra quem quer entender melhor...
    Elinor soube que Mr. Ferrars (seu amado), havia se casado e ela já imaginava que Edward se casaria mesmo com Lucy Steel , pois um compromisso não era quebrado assim com facilidade, mas o Mr. Ferrars que havia casado e foi citado pelo criado era o irmão de Edward, Robert Ferrars. 
     Outra confusão, quando se pergunta sobre Mrs. Ferrars que Edward imagina ser sua mãe, mas a pergunta era sobre a Sra. Edward Ferrars, no caso (como esclareceu Edward) a Sra. Robert Ferrars. Jogo interessante, mas que fez desse reencontro (desencontro) aquele que Elinor mais esperou em sua vida!

    Edward foi até a casa das Dashwood para se declarar a Elinor e lhe fazer uma proposta de casamento, pois como Lucy Steel havia desfeito o compromisso de noivado para se casar com seu irmão, ele agora estava livre, mas Elinor imaginava que ele já era um homem casado e sua surpresa (e também de sua mãe e irmãs) ao entender o engano foi quase um susto, cheio de emoção, muita emoção! Já pensou que alegria uma coisa assim? Que alívio, isso sim!
Cenas de "Razão e sensibilidade" - 2007


"Mal Elinor havia pensado isto quando a figura de um homem montado a cavalo atraiu o seu olhar para a janela. o cavaleiro parou diante do portão do chalé. Era um cavalheiro, era o coronel Brandon, e a expectativa a fez estremecer. Mas... não era o coronel Brandon! o cavaleiro não tinha a aparência dele, nem a altura... Se fosse possível, ela diria que era Edward. Olhou de novo. o homem acabara de descer do cavalo. Ela não podia estar enganada, era Edward.
Elinor afastou-se da janela e sentou-se, pensando: "Ele veio da casa do sr. Pratt para nos visitar. Vou me manter calma. Tenho que ser dona de mim".
No mesmo instante, ela logo notou que as outras também se davam conta do engano. Viu que a mãe e Marianne empalideciam, que se entreolhavam e trocavam frases sussurradas.
Ela teria dado o mundo para conseguir dizer algo e fazê-las entender que não queria que tratassem Edward com frieza. Foi, porém, incapaz de dizer uma única palavra e, assim, deu às duas completa liberdade de ação.
Nem uma sílaba foi pronunciada em voz alta. As quatro aguardaram em silêncio a entrada do visitante. Os passos de Edward foram ouvidos no caminho de cascalho; no momento seguinte, ele se encontrava no vestíbulo e logo apresentou-se diante delas.
Sua aparência, no momento em que entrou na sala, não era de felicidade. Seu semblante mostrava-se pálido de agitação e ele parecia temer a recepção que teria, como se tivesse consciência de que não merecia a menor consideração por parte de nenhuma delas. No entanto, conformando-se com o que supunha ser a vontade da filha mais velha, por quem desejava de todo coração ser guiada nesse instante, a Sra. Dashwood recebeu Edward com um olhar de complacência forçada, ofereceu-lhe a mão e desejou-lhe felicidades.
Ele enrubesceu e gaguejou uma resposta ininteligível. Os lábios de Elinor haviam se movido ao mesmo tempo que os da mãe e, quando o momento de ação passou, ela desejou também ter trocado um aperto de mão com Edward. Mas já era tarde demais e, com um gesto afetando naturalidade, voltou a sentar-se e começou a falar do clima.
Marianne procurou ficar fora de vista para esconder a sua perturbação. Margaret, compreendendo apenas em parte o que acontecia, julgou melhor adotar uma postura fria, manteve-se calada e foi sentar-se o mais longe possível de Edward.
Quando Elinor cessou de falar sobre a falta de chuvas, um silêncio incômodo tomou conta do aposento. O silêncio foi interrompido pela sra. Dashwood, que se sentiu na obrigação de perguntar se Edward deixara a sra. Ferrars com boa saúde. De modo apressado, ele respondeu que sim.
Mais um instante de silêncio.
Elinor, embora temendo o som da própria voz, decidiu empenhar-se em ser educada e indagou:
- A sra. Ferrars ficou em Longstaple?
- Longstaple? - repetiu Edward, surpreso. - Não, minha mãe ficou na capital.
- Eu estava me referindo à sra. Edward Ferrars - corrigíu Elinor, pegando um trabalho manual de cima da mesa. Ela não se atrevia a fitar o jovem cavalheiro, mas tanto sua mãe quanto Maríanne o olharam. Ele corou, parecendo perplexo, confuso, e depois de um longo momento de hesitação, declarou:
- Talvez a senhorita se refira à esposa de meu irmão... à sra. Robert Ferrars.
- Sra. Robert Ferrars?! - exclamaram Marianne e a sra. Dashwood, em tom de absoluto espanto.
Embora Elinor não conseguisse falar, seu olhar atônito fixou-se em Edward. Ele se levantou da poltrona e caminhou até a janela, aparentemente sem saber o que fazer. Pegou uma tesoura que se encontrava no parapeito da janela e, enquanto estragava a tesoura e sua bainha cortando-a em tiras, disse apressadamente:
- Talvez as senhoras ainda não saibam... Talvez ainda não tenham sido informadas de que meu irmão se casou com a jovem... com a Srta. Lucy Steele.
Suas palavras foram recebidas com indizível espanto por todas, exceto por Elinor, que continuou sentada com a cabeça abaixada sobre o trabalho que tinha nas mãos, em um estado de tal agitação que, se lhe perguntassem, não saberia dizer onde estava.
- Sim - afirmou Edward -, os dois se casaram na semana passada e agora estão em Dawlísh.
Elinor não podia mais permanecer sentada. Saiu quase correndo da sala e, assim que fechou a porta atrás de si, explodiu em lágrimas de alegria, tendo a impressão de que nunca mais pararia de chorar. Edward, que até então olhara em todas as direções, menos na de Elinor, viu-a sair apressada e talvez tenha notado - ou ouvido - sua emoção. Assim que ela se retirou da sala, ele entregou-se a um devaneio do qual nem as observações e as perguntas, nem os chamados afetuosos da Sra. Dashwood foram capazes de arrancá-lo. Por fim, sem falar nada, Edward saiu da casa e caminhou na direção da aldeia, deixando as mulheres atônitas e perplexas com a mudança na situação dele, uma mudança ao mesmo tempo tão maravilhosa e repentina. Era uma perplexidade que elas não tinham como diminuir senão apelando para suas próprias conjecturas. ( Jane Austen - "Razão e sensibilidade" - cap. XII)

      Na adaptação de 1971, o encontro não me pareceu muito admirado por parte de Elinor, algo um pouco "sem emoção"...

     
     A versão de 1981 foi melhor do que a de 1971 em muitos aspectos: Elinor a princípio só parece tensa, mas depois sai correndo para fora da casa como conta o livro.


     Na versão de 1995 Elinor também fica bastante emocionada, mas não sai da cadeira:

       A versão de 2007 foi a que mais gostei, pois entre outras coisas, aparecem todas Dashwoods na sala. Também gostei mais dessa interpretação de Edward Ferrars que como no livro estava bem nervoso. Apesar de Elinor não sair da casa pra conter as lágrimas, a ida dela para a cozinha sem saber o que fazer ou pensar, toda atrapalhada com o avental, foi muito bonita, um reencontro cheio de emoção. 



     Um reencontro digno de um final feliz. Um caso de amor dado por perdido e depois... reencontrado.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Capitão Wentworth...o reencontro depois de tanto tempo - (Reencontros - parte 1)

   Quem não se emocionou com o esperado reencontro de "Persuasão" (Jane Austen)? O momento em que Anne Elliot revê o Cap. Wentworth depois de esperançosos e (desesperançosos) oito anos. 
  Se pudesse, ela teria evitado! Anne era consciente que depois de oito longos anos muita coisa havia mudado e apesar de ela ainda amar Wentworth, sabia que ele não havia lhe perdoado pelo rompimento do noivado e pela fraqueza de caráter; foi realmente uma situação inquietante e delicada para ela, pois apesar do medo e receio, Anne desejava demais revê-lo! 
        "Os seus olhos encontraram-se com os do comandante Wentworth; uma saudação, uma cortesia.
      Ela ouviu-lhe a voz - ele falava com Mary; disse as palavras corretas; disse algo às Meninas
Musgrove, o suficiente para indicar que estavam de boas relações; a sala parecia cheia - cheia de
pessoas e vozes mas tudo terminou passados poucos minutos.
      Charles apareceu à janela, estava tudo pronto, o visitante tinha feito uma saudação e saído; as
meninas Musgrove também se foram embora, tendo decidido subitamente ir com os caçadores até ao extremo da aldeia, a sala ficou vazia, e Anne tentou terminar o pequeno-almoço o melhor que pôde.
    -Já passou! Já passou! - repetiu para si própria, numa gratidão nervosa. - O pior já passou. Mary estava a falar, mas ela não conseguia prestar atenção. Ela vira-o. Tinham-se encontrado. Tinham voltado a estar na mesma sala!" 
(Jane Austen - "Persuasão" - cap. 7 - trad. portuguesa)

  Semelhantemente, as cenas dos filmes das adaptações feitas deste livro são muito bonitas!
    A de 1971, mostra apenas uma saudação silenciosa entre os dois. Anne parece nervosa, mas pouco demonstra:
   
    A de 2007, mostra uma Anne bastante emocionada. Gostei da cena dessa versão  pela tomada com o Cap. Wentworth bem de perto, afinal, a surpresa e a comoção no reencontro também ocorreu com ele. Dá pra ver que há certa tensão por parte dele também. 
    
     A de 1995, é para mim a que mais revela a inquietação de Anne em revê-lo. Seu olhar é muito convincente! Mostra sua surpresa e comoção. A cena de suas mãos segurando a cadeira é sem dúvida bem realista; a emoção foi mesmo intensa. Ela estava abalada, enquanto  Cap. Wentworth parece manter o controle, bem de acordo com o livro que conta que na verdade Wentworth não havia perdoado Anne e agora só pensava em ser feliz e se casar com outro alguém, então, apesar da emoção (no fundo ele não tinha encontrado alguém como Anne), tentou manter o controle emocional (os homens sempre conseguem isso melhor).
     Quando podemos demonstrar o amor por alguém que não vemos há muito tempo é tão fácil...um grande abraço, um beijo... mas tentar disfarçar um sentimento há tanto tempo contido (perante todos) não é nada fácil... Anne era sem dúvida muito resignada. 

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