sábado, 11 de agosto de 2012

Jane Austen, os espelhos e as reflexões

   Que coisa interessante são os espelhos! Coisa antiga (séc XII) e que ninguém vive sem (pelo menos não que eu saiba). 
     Antes de ser como é agora, foi também as águas cristalinas de um riacho ou lago, mas todo mundo sente essa necessidade quase que de sobrevivência em se refletir, de se ver e de saber como é visto pelo outros. É colocar um chapéu, uma roupa, um óculos, enfim, tudo tem que passar pelo controle de qualidade de nosso "senso do ridículo", afinal quem arrisca sair por aí apenas confiando em alguém que diz: -Tá lindo! Aqui falando do espelho material, que se compra por aí afora, mas...e o espelho interior? Hum... Aí é que mora o perigo! Pode ser de vários tipos:
- Enorme! Super limpo, que dá pra se ver de corpo inteiro, ótimo por sinal.
- Pode até ser bom e grande , mas está em um local pouco iluminado.
-  De mão, só dá pra ver o rosto.
- De mão, mas com aumento, algumas imperfeições ficam mais visíveis.
- De mão, super pequeno que mal dá pra enxergar a ponta do nariz.
- Com a prata corroída, cheio de pontinhos pretos.
- Quebrado.
- Sujo e embaçado.
     Não é brincadeira, nossos espelhos internos são assim, como os externos: Quem nunca conheceu uma pessoa que literalmente "não se enxerga"? Ou aquele que se acha o máximo? Ou que se acha um nada? Ou ainda, o que dizemos que não tem espelho em casa, pois só vê defeitos nos outros? É da mesma maneira que utilizamos nosso espelho interior, ou melhor, como refletimos nossa "imagem" tanto física quanto  psicológica. 
  Jane Austen era uma mulher muito crítica, já sabemos disso e esse fato fazia com que seu senso de reflexão sobre as coisas fosse muito grande, tanto que temos as famosas frases sobre comportamento e caráter que mostram como ela e seus personagens percebiam o mundo ao redor. 
     Em suas obras ela mostra pessoas de várias classes sociais e com vários tipos de personalidade e caráter, muitas vezes achamos maravilhoso o que esse ou aquele falou, 
por que nosso tipo de reflexão sobre os fatos é semelhante, mas outras, pensamos: - Será que ele (ela) não se toca? Não tem espelho em casa?
    Algumas vezes os fatos vão acontecendo e chega uma hora em que é preciso uma REFLEXÃO interior; olhamos pra dentro de nós e aquela voz interna chamada "consciência" nos diz ou mostra a realidade,
como aquelas vezes em que a gente passa por um espelho público e pensa: - devo estar descabelada... e se prepara para o choque!!! É hora de tomar uma atitude ou cair em si sobre uma realidade. 

    Isso me faz lembrar um fato cômico: minha bisavó, italiana, certa ocasião foi viajar com minhas tias; já estava bem avançada em idade e com certeza já não tinha mais o hábito de ficar se olhando no espelho ou se via pouco. Ela tinha uma irmã mais velha, chamada Josephina (acho que até já falecida na época) que fazia muito tempo que não via e quando entrou em um toilette todo iluminado e se viu no espelho, exclamou assustada: 
     - Mamma mia!!! A Pina!!! 
     Se viu e pensou que estava vendo a irmã, por certo elas eram parecidas, mas ela havia se tornado mais velha e não tinha se dado conta. 
     
     Quantos não fazem o mesmo, são uma coisa e se enxergam outra. Penso que não seria má ideia fazermos como Mr. Elliot e encher nossas casas de espelhos (de preferência internos) afinal, ninguém gosta de ficar se enganando, vendo o que não é ou passar ridículo diante dos outros. 
   Nos próximos posts serão abordadas algumas reflexões "de sucesso" de personagens femininas, dentro de cada obra. Aqueles momentos "em cima do muro", "hora de tomar uma decisão", "caiu a ficha", os momentos que cada uma olhou para dentro de si e enxergou algo relevante.
    Bem, depois desse lero-lero, a moral da estória: Espelhos são ótimos!!! E imprescindíveis!!!                                      
Foto:
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